Quanto mais tempo uma criança passa sem a mãe, mais possibilidades há que desenvolva comportamentos agressivos, de acordo com um novo estudo difundido recentemente.
A investigação revelou que quanto mais tempo as crianças passam numa creche ou jardim de infância, mais possibilidades existem das professoras reportarem problemas de comportamento.
Além disso, as crianças que receberam uma atenção dedicada antes de entrar no jardim de infância, têm um melhor vocabulário que as que não tiveram esse
As descobertas resultam do maior estudo sobre cuidados e desenvolvimento infantil realizado nos Estados Unidos. Os investigadores realizaram um acompanhamento de 1.364 crianças desde o nascimento, como parte do estudo dos Institutos Nacionais de Saúde.
No estudo mais recente, os investigadores avaliaram se as características observadas no jardim de infância estavam presentes nos primeiros anos do ensino primário. Verificaram que os padrões de vocabulário e comportamento continuavam, mesmo que outros tivessem desaparecido.
Os cientistas afirmaram que o aumento dos problemas de vocabulário e conduta foi pequeno e que o tempo que as crianças passavam com as mães era muito mais importante para prever o seu desenvolvimento.
No estudo definiu-se o cuidado infantil como o que era ministrado por qualquer outra pessoa que não a mãe durante pelo menos 10 horas por semana.
Os especialistas afirmaram que o efeito a longo prazo da qualidade do cuidado que recebem as crianças é consistente com outras evidências que mostram que as primeiras experiências da infância estão relacionadas com o desenvolvimento da linguagem.
O efeito perdurável no comportamento também teria uma explicação lógica, segundo os pesquisadores.
"Uma das possíveis razões pelas quais perduram as relações entre o cuidado que recebem as crianças nas creches infantis e os problemas de comportamento, é que os professores das escolas primárias não têm tempo nem estão preparados para atender os problemas de comportamento, já que a sua principal preocupação é académica", disseram.