Menu
Qui Quae Quod

Fechar Responsabilidade Social Corporativa

Fechar Multiculturalismo

Fechar ARTIGOS DE FUNDO

Fechar ARTIGOS DE FUNDO II

Fechar ARTIGOS DE FUNDO III

Fechar TENDÊNCIAS 21

Fechar CIBERDIREITOS

Fechar No gesto da procura

Fechar Os erros do ditado

Fechar Para ler e deitar fora

Fechar O canto dos prosadores

Fechar UTILITÁRIOS

Fechar Apresentações

Fechar CANCIONEIRO de Castelões

Fechar Coisas e loisas da língua portuguesa

Fechar DIVULGAÇÃO DE LIVROS

Fechar Delitos Informáticos

Fechar Encontros

Fechar JURISPRUDÊNCIA

Fechar Livros Maravilhosos

Fechar MANUAL DE REQUERIMENTOS

Fechar NeoFronteras

Fechar O canto dos poetas

Fechar Vinho do Porto

Fechar Workshops

Pesquisar



O Tempo

ARTIGOS DE FUNDO -
Adopção - o síndroma do orfanato

Falta de vínculos afectivos

A Espanha ocupa o primeiro lugar na tramitação de adopções internacionais, segundo dados do Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais. Em 2005, um total de 5.423 crianças provenientes de 35 países foram adoptadas em Espanha. Um número similar ao de 2004 (5.541 processos) e que eleva para 21.968 o número de adopções internacionais registadas nos últimos cinco anos - o que representa cerca de 90% dos processos adoptivos que se realizam no país. A República Popular de China é o principal local de origem das crianças (2.753), seguida da Federação Russa (1.262), Ucrânia (394), Colômbia (240), Etiópia (227), Bolívia (89), Peru (66), Índia (43), Cazaquistão (43) e Nepal (43).

Um amplo leque de países com costumes culturais e sociais muito diferentes do local de acolhimento, que à chegada dos menores podem ser causa de dificuldade na sua adaptação.

A idade das crianças também influi nesta circunstância, dado que ao passarem muito tempo num orfanato ou instituição de menores e ao não criarem vínculos afectivos com pessoas de referência (pais biológicos ou amas) são mais reticentes a fazê-lo com os pais adoptivos, principalmente, porque não sabem como levá-lo a cabo.

A psicóloga Esther Herranz, da Associação para o Cuidado da Infância (ACI), que trata dos processos de adopção na China e nas Filipinas, explica que a consequência desta carência afectiva "se produz quando uma criança cresce sem receber a atenção que qualquer bebé requer". "Um bebé desde que nasce necessita de coisas tão simples e tão básicas como de alguém que lhe toque, lhe fale, lhe olhe nos olhos, entenda os seus 'sinais' assim como responder perante a um choro ou a um balbúcio. No entanto, uma criança que está num orfanato não vai ter essa resposta imediata porque o normal é que as atenções que receba sejam muitas menos que num lar e, além disso, muito automatizadas, isto é, a todas as crianças é dado o biberão ou muda-se a fralda da mesma maneira", descreve.

Quando uma criança é pequena necessita de receber uma atenção especial e estabelecer um vínculo de apego com uma pessoa de referência.

Quando uma criança é pequena necessita de receber uma atenção especial e estabelecer um vínculo de apego com uma pessoa de referênciaO estabelecimento deste vínculo acontece por volta dos oito meses. Herranz precisa que "nesta idade, a criança tem que ter já experimentado que é especial para alguém, que se sente protegida, que há um ambiente quente que a vai ajudar quando tenha uma necessidade".

Este é o momento crítico no qual se estabelece o vínculo afectivo". Em qualquer lugar onde os menores não recebam a atenção que necessitam ou não percebam que as suas necessidades emocionais estão satisfeitas, sentirão uma carência afectiva, "mesmo que seja certo que nos países de adopção internacional esta carência possa ser mais frequente, porque está associada a determinadas características do próprio país, que geralmente não tem recursos económicos e, portanto, tem carências de alimentação ou de cuidados", esclarece a psicóloga.

Segundo a idade das crianças, os problemas de adaptação podem ser maiores. Esther Herranz indica que, "enquanto um bebé de oito meses - que aos dez é adoptado - só tem dois meses de carência, uma criança de quatro anos leva mais de três sem ter esse vínculo e é mais provável que lhe custe mais criá-lo".

Não obstante, esclarece que não é necessário que uma criança esteja num orfanato para sentir-se assim, já que o abandono emocional no seio da família é suficiente para provocá-lo: "A criança pode ter uma indefensabilidade aprendida se tem uma mãe com depressão que não responde aos seus sinais".

Carmen Pazos, directora de Mundiadopta, que administra processos de adopção na Etiópia e Burkina Faso, assinala que "para as crianças que já tiveram vínculos afectivos com os pais, que experimentaram o afecto, é mais fácil para elas estabelecer um novo vínculo com os pais adoptivos". A este facto também ajuda a rapidez do processo de adopção (que propicia que os menores passem menos tempo num orfanato), as conversas mantidas com as crianças antes de sair do seu país, nas quais se lhes explica os detalhes da adopção e a rapidez com que irão aprender o idioma do país de destino.

"O habitual é que durante o primeiro mês a criança adoptada já diga alguma palavra na nova língua e que, em três meses, já possa comunicar", assegura Pazos. Em relação à possível discriminação racial, a directora de Mundiadopta afirma que "não há problemas" e que, se vier a acontecer, é por volta da adolescência.



  Pág. 1 de 3 Como detectar >>


Criado em: 20/01/2007 • 20:07
Actualizado em: 05/12/2020 • 15:34
Categoria : ARTIGOS DE FUNDO

Comentários

Comentário n°4 

joao noronha 25/09/2009 • 01:27


Comentário n°3 

Lurdes 22/01/2009 • 13:11

Sou candidata a adopção e toda a informação que possamos recolher é importante. Obrigada pela forma clara como está escrito o texto. Este é definitivamente um dos aspectos que mais me preocupa: qual a melhor forma de estabelecer afectos com a criança e especialmente, saber detectar as dificuldades.

Lurdes


Comentário n°2 

HELOISA 23/10/2008 • 00:32

Estou de pleno acordo com a burocracia para adoptat uma criança. Pois quero adoptar uma deste 2003 , ja me pediram tantas coisas que ja desisti. Pois tenho 4 filhos lindos , saudaveis ,cuido de crianças em casa . Mas por amar tanto , queria ter uma pra adoptar. Pra dar amor , carinho ,um lar , uma familia .Lamento muio ser tão complicado , cada dia aumentando mais crianças carentes e desejosas de uma familia e do carinho de um lar.

Comentário n°1 

SANDRA AZEVEDO 27/06/2008 • 20:45

Em Portugal poderia haver um maior número de adopções, igual ou superior até ao número referido no artigo, acerca de Espanha. Mas o maior inimigo das crianças juridicamente adoptáveis é, sem sombra de dúvida, a burucracia! Frequentemente os candidatos a adoptantes até desistem da adopção! Não seria razoavel instituir um regime mais celere que possibilitasse a quem quer adoptar, mais informação, mais acompanhamento, mais ajuda? Não seria possivel assim encurtar o periodo de espera das crianças?  Cada dia que uma criança passa numa instituição, poderia passa-lo num lar, com os seus pais, recebendo todo o carinho e ternura que merece. Poque razão é que em Portugal a adopção é tão complexa?
Data Venia

Data Venia - Revista Jurídica Digital

SOS Virus

Computador lento?
Suspeita de vírus?

Fora com eles!
 
AdwCleaner
tira teimas!
--Windows--

Já deu uma vista de olhos pelas gordas de hoje?
 
diarios_nacionais.png


PREFERÊNCIAS

Voltar a ligar
---

Nome

Password



  É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.  Epíteto
^ Topo ^