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TENDÊNCIAS 21 -
A realidade que nos rodeia é em parte uma construção cerebral
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Objecto, percepção da retina e interpretação cerebral, constroem a nossa imagem do mundo

A realidade que nos rodeia é em parte uma construção cerebral. Pelo menos isso é o que confirma um estudo segundo o qual a informação que chega ao cérebro desde os olhos não é linear, já que o nosso cérebro a interpreta fazendo suposições sobre os objectos que os olhos vêem. Portanto, o que pensamos ver nem sempre é na verdade o que “é”, mas a interacção entre objecto, percepção da retina e interpretação cerebral. Por Yaiza Martínez.

 




Uma equipa de neuroinvestigadores da Universidade de Washington e da Universidade do Minnesota, ambas dos Estados Unidos, descobriu que a primeira área do córtex cerebral do ser humano, que recebe a informação visual que chega aos olhos, processa o tamanho percebido dos objectos, em vez do tamanho real dos objectos.

Isto supõe que os olhos só são responsáveis por uma parte da percepção visual e que a outra parte é realizada pelo cérebro, que faz suposições ou infere a informação que recebe dos olhos, sobre tudo aquilo que nos rodeia.

Segundo explica o director deste estudo Sccot Murray, numa comunicação na Universidade de Washington, as interpretações que o cérebro faz sobre os objectos que os olhos vêem, costumam ser bastante próximas da “realidade objectiva”, mas às vezes podem produzir inclusive ilusões visuais. Os resultados foram publicados na revista Nature Neuroscience.

Imagens de ressonância magnética

O professor Murray e os seus colegas, Huseyin Boyaci e Daniel Kersten, utilizaram imagens de ressonância magnética para ver como o cérebro processa o tamanho dos objectos perante uma ilusão óptica, similar à que produz a lua quando aparece ao entardecer. Nesse momento parece-nos enorme enquanto se mantém próxima do horizonte, mas torna-se mais pequena quando a vemos no céu. Na realidade é sempre do mesmo tamanho.

Os investigadores utilizaram uma ilusão óptica similar: o observador percebe qualquer objecto de diferente tamanho segundo o ângulo de visão que tenha dele. Para a experiência, colocaram duas esferas idênticas pintadas como um tabuleiro de xadrez, mas situadas em diversos ângulos de visão. Neste tipo de ilusão óptica, a uma maior distância entre o objecto e o observador, o que se vê parece ocupar uma parte maior do campo visual.

Os cientistas usaram a ressonância magnética para captar as imagens da actividade cerebral de cinco pessoas durante o processo de observação de ambas as esferas. Descobriram que a região cerebral conhecida como córtex visual primário, que é a área do cérebro que recebe em primeiro lugar a informação proveniente das retinas, mostrava uma diferença.

Mesmo que ambas as esferas ocupassem exactamente o mesmo espaço na retina, a esfera situada mais atrás activava aproximadamente 20 por cento mais de área do córtex visual primário que a esfera situada em frente aos observadores.

Maior, mesmo que sejam iguais

Esta diferença marca uma distinção na percepção do tamanho de ambos os objectos por parte dos cinco voluntários que participaram no teste. Quando foram inquiridos sobre o tamanho, os participantes acharam que a esfera anterior era aproximadamente 20% maior que a outra.

Para Murray, estes resultados têm importantes implicações no que à investigação do processo visual se refere, já que supõe que a percepção que temos de um objecto depende do grau de actividade que se produza no córtex visual primário, a partir da informação recebida pelos olhos. Assim, conhece-se algo mais do processo visual completo.

Segundo Murray, esta descoberta é importante porque demonstra que o processo de inferir as propriedades visuais do nosso ambiente acontece nos momentos iniciais do sistema visual.

Até agora, os especialistas achavam que o sistema de visão se organizava hierarquicamente através de um simples registo por parte do córtex visual primário da informação que chegava desde a retina. Depois, outras áreas cerebrais “colocavam” juntavam toda essa informação. Agora sabemos que as coisas não são exactamente assim.

Construtivismo na visão

Segundo o professor espanhol Javier Monserrat, autor de A Percepção Visual, experiências como a de Murray e a sua equipa confirmam que a imagem final percebida pelo sujeito é resultado de um processo construtivo que se corresponde com os pontos de vista teóricos do construtivismo na ciência da visão.

Em declarações exclusivas a Tendências21, Javier Monserrat explica que estas percepções confirmam muitos casos já conhecidos no ilusionário dos tratados de percepção: por exemplo o quarto de Ames. A constatação experimental por ressonância magnética de que na área V1 o mapeado é maior na bola que foi percebida como maior (mesmo que na verdade sejam iguais), confirma que o processo construtivo realizado pelo sistema visual (construir uma bola como maior) é possível porque a área V1, cuja activação produz o efeito fenomenológico da imagem, construiu um suporte neural (um engrama ou patrão) adequado (um mapping mais extenso).

Monserrat explica finalmente que a ciência da visão considera normalmente que o critério ou lógica aplicada pelo sistema visual para estas “correcções construtivas” tem um fundamento evolutivo e ecológico: tanto na experiência realizada com bolas ou no quarto de Ames, existe um factor “espaço”, “perspectiva” ou “lógica do espaço natural aprendida evolutivamente”, que induz o sistema visual a produzir imagens congruentes que permitam adaptar-se ao mundo tal como foi percebido até agora. Isto, naturalmente, até certos limites.

A visão está considerada como o sentido mais importante que temos, já que o nosso conhecimento do mundo exterior provém principalmente da vista. Isso explica que mais de uma terça parte do córtex cerebral esteja afecto ao tratamento visual e que a maioria das investigações sobre a visão sejam desenvolvidas por especialistas do cérebro, particularmente psicólogos, como é o caso de Murray e de Javier Monserrat.

 

 

 


Criado em: 15/03/2006 • 22:26
Actualizado em: 05/02/2021 • 18:26
Categoria : TENDÊNCIAS 21


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