Foi no início do século XVI que começou a distinção entre beatificação e canonização.
Beatificação - reconhecimento da santidade de uma pessoa com culto em âmbito local
Canonização - reconhecimento da santidade com culto universal, em toda a Igreja.
Inicialmente, o santo nascia da devoção popular e da sua fama de milagreiro. Depois, as regras foram sendo cada vez mais apertadas, estando reservado ao Papa, desde o século XII, inscrever o novo santo no cânone.
A primeira etapa do processo
Servo de Deus » Venerável » Beato » Santo - é este o caminho até à santidade.
Qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo que tem de ser autorizado pelo Papa após decorrerem, pelo menos, cinco anos após a morte da pessoa (são raríssimas as excepções autorizadas pelo Papa).
O processo inicia-se através de um postulador constituído mediante mandado de procuração e aprovado pelo bispo local.
Juntam-se os testemunhos e pede-se permissão à Santa Sé.
É feito um exame detalhado dos relatos das testemunhas para apurar de que forma a pessoa se distinguiu nas virtudes cristãs. O bispo diocesano recolhe informação sobre a vida, virtudes, milagres aduzidos, fama de santidade, culto antigo... e envia as informações para a Santa Sé.
Se o exame dos documentos é positivo, o "Servo de Deus" é proclamado "Venerável".
Abre-se aqui caminho à beatificação.
A segunda etapa do processo
A segunda etapa consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do "Venerável". Se um destes milagres é considerado autêntico, o "Venerável" é considerado "Beato".
Este é o ponto mais complicado do processo, porque aquilo que há uns séculos era considerado milagre, é hoje explicado pela ciência, apertando desta forma o crivo de acesso à santidade, excepção feita para os mártires.
Havendo uma pessoa que tenha sido alegadamente curada por intercessão divina, através de um "Servo de Deus", todo o processo clínico é analisado por uma comissão de médicos.
O relatório é enviado para Roma e submetido à análise da Comissão Médica da Congregação para as Causas dos Santos, que reúne alguns dos melhores especialistas mundiais nas diversas áreas.
Se a comissão médica considerar que, à luz da ciência actual, a cura não podia ter acontecido de forma natural ou por intervenção médica, o processo segue para o Colégio dos Cardeais, onde o processo é de novo analisado.
Quando o milagre é dado como provado pelos teólogos, o processo de beatificação está concluído e fica a aguardar a assinatura do Papa e a realização da cerimónia de beatificação.
Concluído o processo de beatificação, segue-se o da canonização, sendo necessário mais um milagre que tem de ser dado como provado pelos médicos e pelos teólogos.
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