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"Estás a ouvir? Eu não te disse para vestir o casaco? Está frio na rua!"
Esta pode ser uma conversa habitual entre pai e filho. Parece que tudo o que lhes dizemos entra por um ouvido e sai pelo outro. Mas não é assim que isto funciona.
As crianças ouvem e apenas guardam a informação para a utilizar mais tarde, revela um novo estudo.
"Quando iniciámos o estudo nunca imaginámos obter os resultados encontrados", disse o psicólogo Yuko Munakata da Universidade do Colorado.
"Muito do trabalho desenvolvido no estudo do processo cognitivo das crianças baseia-se no facto de se considerar que as crianças são "versões pequenas de adultos", tentando fazer o mesmo que os adultos. Mas isso não é assim. O que elas fazem é completamente diferente".
Munakata e a sua equipa conceberam um jogo de computador e um dispositivo capaz de medir o diâmetro das pupilas do olho para determinar o esforço mental, com o objectivo de avaliar capacidades cognitivas em crianças entre três e meio e oito anos.
O jogo tem regras simples e vai ao encontro de dois personagens da televisão que as crianças apreciam: Blue (do programa "Blue's Clues") e o popular Bob Esponja.
Os investigadores disseram às crianças que Blue gostava de melancia enquanto que Bob Esponja não. O que tinham de fazer era dar um clique na cara feliz que aparecia no ecrã do computador quando Blue aparecia seguido de uma melancia e dar um clique na cara triste quando aparecesse Bob Esponja.
As crianças mais velhas acharam o jogo fácil, porque conseguiram antecipar a resposta antes do objecto aparecer. Mas as crianças em idade pré-escolar (três anos) não conseguiam antecipar-se.
Elas faziam um compasso de espera e um nítido esforço mental para recordar a regra e actuavam depois. Por outras palavras: as crianças pequenas não conseguem planear.
Quando o pai diz "vai buscar o casaco, porque vamos sair e está frio lá fora", a criança não é capaz de seguir esta sequência. Mas, ao sair e sentir frio, lembra-se imediatamente do conselho do pai e volta para procurar o casaco.
Então, para a próxima vez que pensarmos dar uma ordem a um filho de três anos ou menos, será melhor evitar fazer referências ao futuro.
Munakata desafia-nos a experimentar algo diferente: "se tiveres frio, lembra-te que o casaco está no teu quarto".
Criado em: 07/04/2009 • 23:36
Actualizado em: 08/04/2009 • 00:27
Categoria : ARTIGOS DE FUNDO
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