Menu
Qui Quae Quod

Fechar Responsabilidade Social Corporativa

Fechar Multiculturalismo

Fechar ARTIGOS DE FUNDO

Fechar ARTIGOS DE FUNDO II

Fechar ARTIGOS DE FUNDO III

Fechar TENDÊNCIAS 21

Fechar CIBERDIREITOS

Fechar No gesto da procura

Fechar Os erros do ditado

Fechar Para ler e deitar fora

Fechar O canto dos prosadores

Fechar UTILITÁRIOS

Fechar Apresentações

Fechar CANCIONEIRO de Castelões

Fechar Coisas e loisas da língua portuguesa

Fechar DIVULGAÇÃO DE LIVROS

Fechar Delitos Informáticos

Fechar Encontros

Fechar JURISPRUDÊNCIA

Fechar Livros Maravilhosos

Fechar MANUAL DE REQUERIMENTOS

Fechar NeoFronteras

Fechar O canto dos poetas

Fechar Vinho do Porto

Fechar Workshops

Pesquisar



O Tempo

news_artigo.gifCANCIONEIRO de Castelões -
Romances - Romance XI
Este artigo está disponível no formato standard RSS:
https://jurispro.net/doc/data/artpt.xml


 

Ó filha diz-me o que tens
Que andas tão incomodada
Tens um pai que te dá tudo
Nunca lhe disseste nada?!

- Meu pai, eu ando doente
É toda a minha tristeza;
A doença tira a cor
E a vontade de ir pra mesa.
Num sei o que sinto em mim,
Pra lhe falar com franqueza.

- Eu mando chamar o doutor
Para seres examinada?

- Mande o papá chamar o médico,
Qu'eu praí não digo nada.
Nunca tive fé com médicos,
É gente que tenho medo;
Pode-me dar um remédio
Qu'inda me mate mais cedo.

- O doutor é um bom homem,
Não mostra ser exigente,
Tem umas falas tão doces
Caté faz bem ao doente;
E promete em que melhorando,
De que vais visitá-lo sempre.

O médico chegou e disse:
- Olá, meu amigo, quem está
Por cá doente?
Assim que tive o recado
Partir logo de repente.
O amigo 'stá gordo e fero
Tem uma cor excelente.

Responde o velhote:
- É minha filha, doutor,
Que anda muito incomodada;
Sofre há mais de quatro meses,
Segundo diz a criada;
Não come, não vai pra mesa,
Parece-me tão inchada!

- Vamos consultá-la já
Não há tempo a perder;
Hei-de empregar a ciência
E cumprir o meu dever;
Mas as moléstias desta idade
São sempre ruins de combater.

Ele entrou para dentro
E diz-lhe: - Ó filha!?

- Ai, senhor doutor,
Ando mesmo a morrer!
Faz favor de me dizer
Que doença vem a ser!

- Pergunta qual a doença?
Sabe melhor do ca mim!
Quem comia dessa fruta
Não gosta de coisa ruim!!

- Então logo que sabe de tudo,
Também não quero negar;
Não quero que o meu pai saiba,
Peça-me o que desejar,
Ou em solteira ou casada,
Eu prometo de pagar.

- Encubra como puder,
Qu'eu por mim, não digo nada,
Mas veja o que me promete,
Fica comigo empenhada:
Promete de me pagar
Estando mais desinchada.

O doutor saiu e o velhote diz:
- Atão, doutor, e a pequena escapará?
Palpita-me o coração,
Alguma malícia será?
Seja franco pra comigo,
Pois que moléstia será?

- É influenza, meu velho,
Que a pôs naquele estado;
Eu hoje não demoro mais,
Que ando muito ocupado;
Juro dar-te um remédio
Que dará bom resultado.

Adeus, vou-me embora,
Daqui por três meses
Está ela de perigo fora.

Paria.


João Maria Soares Casimiro, meu avô. Ossela, Abril de 1947

 


Criado em: 08/11/2008 • 12:52
Actualizado em: 31/01/2021 • 14:26
Categoria : CANCIONEIRO de Castelões


Imprimir Imprimir

Comentários

Ainda ninguém comentou.
Seja o primeiro!

Data Venia

Data Venia - Revista Jurídica Digital

SOS Virus

Computador lento?
Suspeita de vírus?

Fora com eles!
 
AdwCleaner
tira teimas!
--Windows--

Já deu uma vista de olhos pelas gordas de hoje?
 
diarios_nacionais.png


PREFERÊNCIAS

Voltar a ligar
---

Nome

Password



  A verdadeira amizade é como a fosforescência: nota-se melhor quando tudo ficou às escuras  Tagore
^ Topo ^