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news_artigo.gifCANCIONEIRO de Castelões -
Romances - Romance VIII
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Eu já vi a Felizmina
No seu balcão assentada,
Cum pente d'ouro na mão,
Seu cabelo penteava.

Lá passou um soldadinho,
Logo lhe apertou a mão:
- Se tu queres alguma coisa,
Agora é ocasião.

- Meu marido não 'stá cá
Vai na serra do Marão.

- Que tens tu ó Felizmina,
Que estás tão (ai) desmaiada?

- É uma grande dor de dentes
Que me faz agoniada.

- Não é essa dor de dentes
Que te mudam essas cores,
Ou tu me temes a morte
Ou tu tens outros amores.

- Eu a morte não ta temo,
Que dela hei-de morrer;
Tenho pena de meus filhos,
Que outra mãe não hão-de ter.


De minha mãe - Janeiro de 1947
 


Criado em: 08/11/2008 • 10:43
Actualizado em: 31/01/2021 • 14:24
Categoria : CANCIONEIRO de Castelões


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